Se seu faturamento mensal já passou a barreira dos R$400 mil, a fase do “vamos ver no que dá” acabou faz tempo. Agora é jogo de gente grande, e a reforma tributária é o novo tabuleiro – só que as peças se movem sozinhas e as regras mudam no meio da partida.
Se Platão estivesse vivo hoje e inventasse de abrir uma holding (vai saber, talvez cansasse da Academia), a primeira pergunta no plano de negócios seria algo profundo tipo: “Qual a essência da justiça tributária no novo IVA dual?”. Provavelmente ele teria um AVC tentando responder.
Mas como Platão está ocupado sendo, bem, Platão, vamos direto ao que interessa pra você: a reforma tributária chegou não como uma brisa de mudança, mas como um filtro daqueles bem finos, separando quem vai nadar de braçada nesse novo mar fiscal de quem vai virar nota de rodapé na história empresarial brasileira.
E você, empresário que já escala o K2 da burocracia todo santo dia antes mesmo do primeiro café, precisa de mais do que um resuminho da lei que saiu no Diário Oficial.
Você precisa é de um manual de sobrevivência na selva. Ou melhor, um mapa da mina (de créditos ou de problemas, dependendo do seu preparo).
Reforma Tributária: o elenco dos “abençoados”
Vamos começar quebrando um mito: nessa reforma tributária, não existem setores magicamente “abençoados” ou irremediavelmente “amaldiçoados”. Existem, isso sim, empresas que vão usar a cabeça (e bons consultores) e outras que vão… bom, contar com a sorte.
Aqueles 13 setores que ganharam um vale-desconto de 60% no IVA? Educação, saúde, transporte coletivo e cia. Parecem a escalação de um time patrocinado pelo governo federal, né? Mas são, na real, a nova fronteira onde o fluxo de caixa pode respirar um pouco mais aliviado.
Se sua empresa está nessa lista VIP, sinta-se como se o governo tivesse te dado um cantil de água no meio do deserto. Ótimo!
Só que, atenção, meu amigo: cantil não garante que você ache o oásis. O desconto é um baita empurrão, mas o que acontece se seus concorrentes usarem essa mesma vantagem pra te engolir com uma guerra de preços?
Ou se a demanda pelo seu serviço explodir e sua operação, despreparada, virar um daqueles memes de “expectativa vs. realidade”?
Desse jeito, você corre o risco de ser aquele sujeito que ganhou na loteria e torrou tudo em briga de galo e ficha de fliperama. Estratégia é tudo.
Modo sobrevivência ativado
Já os setores que viram seus benefícios fiscais evaporarem como água em asfalto quente – saneamento, telecom, energia elétrica – entraram oficialmente no modo survival por causa da reforma tributária.
Quem diria que aquele mesmo Congresso, mestre em aprovar benesses em troca de um aperto de mão, iria puxar o tapete de alguns privilégios? Pois é.
Mas calma, respira. Crise, como dizia aquele coach que você ignora no Instagram, é só o outro nome que a oportunidade usa quando está mal disfarçada de problema cabeludo.
Se você está no transporte aéreo, por exemplo, a futura alíquota cheia do IVA pode parecer um tiro de bazuca no seu custo. Mas e se você for esperto e transformar parte desse custo numa “taxa de experiência anti-turbulência”?
Ou usar a pressão tributária como desculpa (perfeita, aliás) para finalmente acelerar aquela automação que estava na gaveta e cortar a gordura operacional que nem bisturi de cirurgião plástico?
Pensar fora da caixa não é opção, é kit de primeiros socorros.
O dilema da faca de dois gumes na Reforma Tributária
Ah, o setor de serviços… aquela faca de dois gumes que todo gestor adora odiar, e que a reforma tributária parece ter afiado ainda mais.
De um lado da lâmina, a promessa da não-cumulatividade ampla – ou seja, a chance de gerar créditos tributários sobre uma penca de despesas que antes eram só dor de cabeça e dinheiro indo pro ralo.
Aluguel do escritório bacana, licença daquele software caríssimo, os honorários do terceiro que te salva… tudo isso pode virar crédito. Parece bom, né?
Só que do outro lado da lâmina vem o corte: uma alíquota estimada que pode chegar a estonteantes 27%, fazendo muito empresário otimista sentir um arrepio na espinha e pensar “Bem-vindo ao novo normal… fiscal”.
A matemática aqui é quase brutal de tão simples: se sua operação é super enxuta em custos que geram crédito (tipo aquela consultoria que basicamente vive de salário, cafezinho e PowerPoint), prepare o bolso e o estoque de calmantes.
Agora, se você é da turma que investe pesado em tecnologia, logística, marketing digital ou até naquele co-working com mesa de sinuca e cerveja artesanal, pode ser que, no fim das contas, o quadro não seja tão assustador assim.
O segredo estará em mapear cada centavo de custo que pode virar crédito.
Indústria na Reforma
E a indústria? Ah, a indústria… Se a reforma tributária fosse um filme, a indústria seria o protagonista de “O Retorno dos Que Nunca Foram (Totalmente Desonerados)”.
Cadeias produtivas longas, a possibilidade de créditos sobre máquinas e equipamentos (finalmente!) e a manutenção da desoneração na exportação são o equivalente fiscal a receber um power-up no meio do jogo.
Só que, de novo, atenção aos detalhes: crédito fiscal imediato sobre investimento não é dinheiro de pinga caindo na conta.
Exige gestão cirúrgica de custos, sistemas de ERP que conversem entre si sem precisar de terapia de casal, e uma contabilidade que não durma no ponto esperando o DARF chegar por fax.
Se sua equipe ainda trata planilhas de Excel como se fossem tábuas sagradas, talvez seja a hora de contratar um analista de dados que saiba fazer mágica com números ou, no mínimo, rezar com muita fé para São Bento Protetor das Planilhas Complexas.
O mantra pós-Reforma Tributária: adaptação ou morte (empresarial, claro)
Mas vamos ao que realmente importa, o denominador comum dessa história toda: adaptação é o novo nome da sobrevivência.
A reforma tributária é como um furacão anunciado com meses de antecedência: você não perde tempo discutindo a velocidade do vento, você corre pra reforçar o telhado, pregar as janelas e estocar mantimentos.
Empresas que começarem agora a simular cenários com as possíveis alíquotas, a renegociar contratos com fornecedores e clientes já pensando no IVA, e a treinar suas equipes para essa nova realidade, vão provavelmente sair dessa tempestade um pouco molhadas, talvez arranhadas, mas inteiras.
Quem ficar esperando o primeiro auto de infração chegar como um cartão de visita indesejado da Receita Federal para só então começar a agir… bom, esse aí já estará tentando escalar o muro do apocalipse fiscal de pijama e pantufa.
Os regimes especiais
E os tais regimes especiais? Cooperativas, hotelaria, parques de diversão, aviação regional… São como aqueles personagens de novela que somem no capítulo 3 e ninguém sabe se voltam ou não.
A reforma tributária acenou pra eles, mas as regras específicas ainda estão sendo escritas nas leis complementares. Enquanto isso, o jogo para esses setores é de inteligência, articulação e, sejamos sinceros, lobby.
Se você está nessa turma, meu conselho é: não fique parado esperando a banda passar. Participe ativamente de associações de classe, pressione seus representantes, cobre clareza e regras justas.
Lembre-se da velha máxima adaptada aos tempos modernos: em terra de lei complementar sendo cozinhada, quem tem a voz mais alta (e os melhores argumentos técnicos) muitas vezes acaba dono do microfone… e da caneta.
No fim das contas, a grande e talvez única lição que a reforma tributária nos deixa desde já é simples: tributação no Brasil sempre foi um jogo de xadrez, mas agora o tabuleiro muda de tamanho e formato enquanto você ainda está pensando na próxima jogada.
Não dá mais pra jogar no automático.
Na Rossi, a gente não faz contabilidade de preencher guia.
Nós fazemos contabilidade estratégica, pensando lá na frente, pra quem fatura alto e não tem tempo (nem dinheiro) para ser pego de surpresa por uma vírgula mal interpretada na lei.
Enquanto você foca em fazer seu negócio crescer e dominar o mercado, nós desenhamos o mapa do reforma tributária para você chegar lá sem levar uma cadeirada fiscal no meio do caminho.
Quer parar de sentir esse frio na espinha toda vez que ouve falar em CBS, IBS ou Imposto Seletivo? Vamos conversar.
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